segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Jacira (2)


Numa das ocasiões percebi que ela entrou, não tentou me acordar. Simplesmente deitou ao meu lado. Notei que ela chorava.
- O que aconteceu, Jac?
- Ontem, eu e o meu namorado terminamos. Estou péssima. Eu posso ficar aqui com você? Desmarquei as minhas aulas hoje. Disse que estava doente. Mas se você já tiver outro compromisso, eu vou embora.
- Não. Imagina. Fica. Eu não tenho compromisso.
Logo parou de chorar. Ela me contou que era de Goiânia e que mudara com os pais para São Paulo quando tinha 12 anos. Eles tinham-se separado há três anos. Seu pai depois de 16 anos de casado resolveu se assumir gay. A mãe voltou para Goiânia e ela foi morar com o pai e o namorado dele. Tudo ia bem até que ela e o “padrasto” começaram a ter um caso. Ele se chamava Raul. Era 12 anos mais jovem que seu pai e tinha uma academia de musculação no bairro. Foi por influência dele que ela fez educação física e começou a dar aulas. Tudo ia bem até que ela engravidou. Disse que o pai chorou muito e que entendeu, mas não perdoou. Eles foram morar juntos numa sala nos fundos da academia. Durante os primeiros meses da gestação, ela e Raul levaram uma vida de casal. Mas não demorou muito para que ele se encantasse com algum garoto da academia. Primeiro, ela ignorou. Mas os comentários dos alunos e das pessoas do bairro começaram a perturbá-la. Um dia, voltando mais cedo da faculdade, ela flagrou Raul com um garoto da academia em sua própria cama. Segundo ela, ele chorou muito e pediu desculpas, jurou que ia mudar. Ela perdoou. Mas não demorou muito e ela o viu novamente na sala de ginástica sendo comido por um aluno da academia. Não disse nada.
No sexto mês de gestação, ela teve uma complicação e perdeu a criança. No mesmo dia, seu relacionamento com Raul acabara. Sem ter onde ficar, trancou a faculdade e foi passar uns tempos com a mãe em Goiânia. Trabalhou em uma loja num shopping até juntar uma grana e voltar para terminar a faculdade. No princípio, trabalhou como vendedora. Até que se formou e passou a dar aulas. Conheceu o César, o namorado, e moraram com dois meses de namoro foram morar juntos.
- Agora, vou ficar na casa de uma amiga. Até arrumar algum lugar definitivo.
Ela acabou ficando por dois dias na casa da amiga, até que eu ofereci meu apartamento para que ela ficasse. Seria só por uma noite. Mas foram dias e noites. Como já era de costume, sempre dormia comigo em minha cama. Como via que eu gostava de vê-la, passou a andar pela casa com o mínimo de roupa possível: Pijamas de algodão que deixavam a barriga e parte metade da bunda à mostra, baby-dolls que deixavam a calcinha aparecer tomava sol e ficava perambulando de biquíni pela casa. Passei a aderir à onda nudista que ela adotou. Comecei a andar de cuecas para todos os lados.
Começamos sem querer a ter uma rotina para nos deitar. Como ela saia cedo para suas aulas, sempre deitava cedo. Sempre me chamava para ir dormir e muitas das vezes me esperava para se deitar e apagar as luzes. Ela sempre tomava banho antes de se deitar. Uma noite reclamou de eu me deitar sem tomar banho. Depois de muito argumentar, acabei cedendo e fui para o chuveiro. Enquanto lavava a cabeça, ela bateu no vidro:
- Posso entrar também?
Eu já a tinha visto de biquíni, calcinha e sutiã, mas quando olhei para aquele corpo maravilhoso nu em pêlo, achei que iria ter finalmente o meu infarto fulminante.
- Nossa, você é maravilhosa.
- E hoje sou toda sua.
Nos beijamos por um longo tempo debaixo do chuveiro. Ela pegava o sabonete e me lavava o corpo todo. Até chegar ao meu pau.
- Parece que alguém aqui ficou feliz com a surpresa.
Ela passou sabonete nele e me masturbou um pouco. Depois jogou uma água para tirar a espuma, se abaixou e começou a me chupar. Tive de segurar na lateral do chuveiro para não cair de tesão. O meu tesão era tão grande que não deu nem tempo de falar nada e eu gozei na boca dela. Ela tirou a boca quando percebeu e cuspiu o que tinha saído na boca.
- Poxa! Mas já? Você podia ter me avisado que ia gozar. Você gozou na minha boca.
Eu posso ser um gordo bolostró. Mas uma coisa eu sei: Nunca se pede desculpas para uma mulher por ter gozado na boca dela. Nessas horas tem de mostrar que é macho e controlar a situação. A não ser que ela tenha tara pelo lance materno ou escravo.
- Não gostou da minha porra, gata?
- Não é isso. É que foi inesperado. Não sei. Sabe, é a nossa primeira vez. Com o tempo eu me acostumo com ela. Tudo bem.
- Bom, agora se enxuga e vamos para a cama que vai ser a minha vez.
Ela deitou na cama de bunda para cima e a segurei pelos quadris a virei, abri as pernas dela e comecei a lambê-la. Ela demorou até relaxar e ficar com tesão. Foram quase 20 minutos de linguadas no clitóris até que ela anunciou.
- Ah, vou gozar!
E apertou minha cabeça com as pernas enquanto contraia o corpo para trás. Ela me olhou com as bochechas rosadas e respirando quase soprando disso:
- Você foi ótimo. Vem.
Me puxou para cima dela. Ela tirou uma camisinha da mesa de cabeceira e me entregou.
- Como você sabia que elas ficavam aí?
- Você não tem despertador, não tem abajur, não lê antes de dormir essa mesa de cabeceira tinha de ter alguma utilidade.
Como ela já estava molhadinha, foi fácil de entrar nela. Senti que ela estava um pouco desconfortável puxando a minha barriga para cima.
- Quer ficar por cima?
- Melhor.
Dessa vez, eu demorei mais para gozar. Ela não foi. Dormimos. Na manhã seguinte, saímos para tomar café da manhã como dois namorados. Notei que alguns caras ficavam se perguntando internamente como um gordo feio como eu foi arrumar uma gata como aquela.
Durante o período em que estávamos juntos fomos a restaurantes, viajamos para Ilhabela, Campos do Jordão e passamos um fim de semana em Aracaju.
Sempre que ela me chupava, eu avisava que ia gozar e ela tirava a boca. Isso começou a me incomodar.
- Pô, mas o que é? Você tem nojo da minha porra?
- Não é da sua. Eu não gosto muito de porra. Mas se você faz questão, eu engulo a sua.
- Não. Eu não quero que você faça isso por concessão.
- Quer que eu faça isso porque? Não tenho tesão em comer porra. Se você quiser posso deixar você gozar na minha cara. Quer?
- Jac, não é assim que isso funciona. Essas coisas só são boas quando são feitas com amor.
Quando ouviu a palavra “amor” ela fez uma cara pior do que quando gozei na sua boca a primeira vez.
- Di, entenda uma coisa. Eu gosto de você. Nós nos damos muito bem. Nossas transas são legais. Mas não espere nada além disso.
Foi nesse dia que percebi, não só que estava apaixonado, mas que a amava como nunca havia amado antes. O pior era saber que ela não me amava.
Alguns dias depois. Ela não voltou mais. Liguei e ela não atendia nem retornava minhas ligações. À noite o interfone tocou e o porteiro me disse que havia uma carta para mim. No envelope, estava a chave do apartamento e um bilhete:
“Di, eu nunca fui boa para falar essas coisas. Sei que você fez muito por mim. Muito mais do que qualquer outra pessoa. Mas não podemos continuar. Eu estou voltando com o César. Espero que me desculpe por isso. Eu queria ter coragem de falar isso pessoalmente, mas não tenho. Seja feliz! Beijos... te amo. Jac”.
Havia um “ps” pedindo para deixar a mala dela na portaria amanhã e que se eu quisesse ela poderia indicar outra personal.
Arrumar a mala dela foi a coisa mais amarga de minha vida. Segurei o choro o máximo que pude. Tentei escrever alguma coisa para deixar com a mala. Mas não consegui. Até que o interfone tocou e o porteiro disse que viram buscar uma mala. Desci no elevador com as pernas tremendo e o choro engasgado.
- Oi, tudo bem? Eu sou o César, namorado da Jac. Ela pediu para eu buscar a mala dela.
- Está aqui.
- Ah, obrigado. É só isso?
- É.
- Ok, valeu, irmão.
César era o Diego do mundo do contrário. Boa pinta com um físico de academia. Roupas transadas e cabelos longos e lisos. Como eu queria competir com esse cara? Aposto que ela deve engolir a porra dele.

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