quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Ensaio I

Quando comecei esse blog, pensei que ele pudesse ser uma maneira de mostrar os meus desenhos. Depois, a coisa acabou virando um espaço para expurgar as coisas ruins que fiz e as frustrações que tive. Nunca acreditei em psicanálise. Sou católico e acho que já tenho religião de mais na minha vida. Sempre que vou visitar minha mãe no Mato Grosso, vou com ela fazer as confissões e aproveito para fazer as minhas. Aqui em São Paulo, eu nunca vou a nenhuma igreja, apesar das insistências da minha avó. Ela vai na missa domingo de manhã e depois vai tomar café com as amigas na Benjamim Abrahão. Eu só vou me levantar por volta das 13 horas, sem nenhum ânimo.

Bom, o fato é que todos os valores morais do catolicismo nunca me frearam na hora de fazer alguma putaria e não acho que a psicanálise o faria. Nem sei se contar essas coisas aqui vai fazer alguma diferença. Depois que meu pai morreu, parte dos meus escrúpulos morreram com ele. Eu já contei aqui que ele passou suas últimas horas em um motel com a sua amante 20 anos mais jovem. Minha mãe sabia e sempre fez vistas grossas. Talvez por já estar cansada de tudo, preferisse que meu pai fosse buscar afeto em outro lugar. Afinal, eles mal se beijavam e nunca trocaram carícias. O meu irmão é muito parecido, sempre viveu metido com as suas amantes e prostitutas. A diferença é que, ao contrário da minha mãe, a esposa dele gosta da coisa e se ele não comparece alguém comparece. Eu me lembro que algumas vezes ela mandava recados pare ele com frases do tipo: “Hoje, às 21h eu vou dar! Esteja aqui, então”. Até que eu contasse tudo a ele, o que havia acontecido, ele não havia levado a ameaça a sério.

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