
Lisandra era amante do meu pai. Foi a última pessoa que o viu antes de morrer. Eles estavam em um motel em Poconé, quando meu pai se sentiu mal e disse que queria ir embora. Ele a deixou em casa e foi para a fazenda. No meio do caminho, começou a passar muito mal encostou a camioneta e teve um enfarte fulminante. Ele foi encontrado morto às 5h da manhã do dia seguinte pelo veterinário da fazenda.
Eu fui o único da família que falou com ela durante o velório e o enterro. Lembro-me bem que ela ficou no fundo da Igreja durante a missa de corpo presente. Chorava muito. Um dia, nos encontramos e ela veio me agradecer por minha atitude com ela no dia do seu enterro. Conversamos muito. Ela chorou bastante e disse que eu lembrava muito meu pai. Disse que se eu precisasse de qualquer coisa era só falar. Pedi a ela para posar para mim. Mas tinha de ser na posição favorita do meu pai. “- Tive de lembrá-la que havia dito qualquer coisa.” Fomos para a casa dela, quando fiz esse desenho. Ela nunca mais olhou na minha cara.